Estava dando aula.
Bem, esse não é exatamente o termo.
Aula e aquela turma, não conseguem conviver no mesmo esbaço.
Estava em sala.Tentando dar aula.
Mas, o código benal dá mais ibope que o francês.
Então, silêncio, atenção, cadernos abertos, nem bensar.
Telefone toca.
É Boutrus. Tem trabalho de teatro. Brecisa espingarda do bai.
Bai de Boutrus tem esbingarda. Daquelas velhas, de chumbinho. De quando ele ainda era novo e não brecisava de óculos bara olhar breços no subermercado.
Boutrus não sabe onde achar esbingarda .
Acontece que Boutrus confunde balavras.
Bara ele, esbingarda ou escobeta , é mesma coisa.
Ele me liga no meio da aula. Alunos de bé.Todos falando ao mesmo tembo. Se brovocando.
Eu já tonta .
Boutrus diz que não achou escobeta do bai.
Última coisa que me bassou bela cabeça foi corrigir Boutrus, explicar que não era a mesma coisa. Tinha mais o que fazer.
Resbondi rábido bara me livrar e continuar a aula (aula?ahahahaahah) .
- Boutrus, a escobeta fica no armário do seu bai.
SILÊNCIO ABSOLUTO
De rebente, notei o efeito que aquilo tinha causado.
Todos os olhares eram meus. Estavamos em setembro.
Isso não tinha acontecido NUNCA!!!!
Um mais corajoso, berguntou na lata:
- Seu marido tem escobeta ?
Não bodia berder a audiência.
- Tem sim
- Qual calibre?
Francês, não interessa.Mas, calibre, sabem todos.
- Não entendo muito, não...
- Qual tamanho?
- Assim, mais ou menos - digo, sem mostrar muito interesse.
- Como ele limba ela?
- Nunca vi limbar. Acho que não limba. Você limba?
- Com Bombril.
- Ah, vou falar bara ele fazer assim também.
Desde então, as aulas ficaram um bouco mais fáceis.Nem imagino borque...